Temporizadores


No antigo sistema de relés, os temporizadores eram mecânicos ou eléctricos. Num autómato, a função de temporização é conseguida por software.

O temporizador é representado por uma saída. é identificado por um endereço e inicializado com um valor definido pelo programador, em função de um intervalo de tempo especificado. Alguns fabricantes disponibilizam temporizadores com diferentes intervalos de tempo isto é, alguns com incrementos de 0.1 segundos e outros com incrementos de 1 segundo.

Se, por exemplo, o temporizador tem um intervalo de tempo de 0.1 segundos, e é carregado com o valor 5, então, o período de tempo a ele associado vai ser de 0.5 segundos. Após a inicialização do temporizador, o valor 5 vai ser reduzido para 4 passados 0.1 segundos e assim sucessivamente, até chegar a zero.

Quando o temporizador é alimentado por meio de contactos, à medida que os intervalos de tempo passam, o período de tempo definido é decrementado de uma unidade. Quando este valor chega a zero, a saída do temporizador passa a ON.

Simultaneamente são abertos ou fechados determinados contactos que possuem a mesma identificação que o temporizador. Este aparece então, não só como uma bobina mas também como um contacto.

Após a inicialização de um temporizador, caso lhe seja retirada a alimentação, é carregado novamente o valor inicial. Este só começa a decrementar quando o temporizador for novamente inicializado.
Exemplo:

Figura 8.7


No diagrama da figura 8.7 o temporizador tem a identificação 06 e é carregado com o valor 5. Quando o contacto de entrada X3 é fechado, o temporizador é inicializado e começa a decrementar. O contacto TIM06 normalmente fechado está fechado e a saída Y1 fica a ON. Quando o temporizador chega a zero, a sua saída passa a ON. O contacto TIM06 normalmente aberto vai fechar e a saída Y0 passa a ON. Por sua vez, o contacto normalmente fechado é aberto e a saída Y1 passa a OFF.

Caso o contacto X3 seja aberto durante a decrementação do temporizador, este toma o valor inicial, neste caso 5, e os contactos com a identificação TIM06 retomam as posições anteriores, esperando que X3 seja novamente fechado e o ciclo comece novamente.

Como se pode verificar, apesar de os temporizadores não constituirem saídas físicas podem ser usados para actuar saídas, caso se pretenda um efeito externo. é o caso das saída Y0 e Y1.
Na figura 8.7 é apresentado um diagrama temporal que mostra o estado de cada elemento do diagrama de escada.

Figura 8.8 - Diagrama temporal


Temporizadores em Cascata
Algumas aplicações necessitam de utilizar temporizadores com valores superiores ao máximo conseguido por um só temporizador. O problema é resolvido colocando em cascata tantos temporizadores quantos os necessários. Um temporizador passa a actuar como a entrada de outro e assim sucessivamente.
Exemplo:

Figura 8.9 - Temporizadores em cascata.


No exemplo da figura 8.9 dois temporizadores, TIM01 e TIM02, são colocados em cascata. Após inicializado por intermédio do contacto X1, o valor do temporizador 01 vai decrementando até chegar a zero. O contacto normalmente aberto TIM01 é activado e inicializa o temporizador 02. Quando este chega a zero, é activada a saída Y0.